de ti

A vida, desfeita do teu perfume e desfasada de ti, é apenas a sombra escura, tétrica, de árvores secas, de montanhas estéreis de rios que secaram numa paisagem que morreu.
A vida, desfeita do teu olhar e desfasada da tua pele, é apenas um eco vazio, um som cavo, fútil, esvaziado de tudo.
A vida, desfeita da tua voz e desfasada do teu amor, é apenas a morte que ecoa sem piedade ao fundo de um túnel construído de trevas, um vazio esventrado na montanha íngreme da solidão.
Mas é na escuridão do meu silêncio que oiço a tua voz;
É na imensidão do mar que nos afasta que encontro o teu olhar, afagando a minha face esquecida;
É na brisa desse teu mar distante que sinto o teu perfume;
É no nevoeiro da distância que sonho o teu olhar, a tua pele, a tua voz…
É na lonjura dos nossos desencontros que a minha fé ganha sentido;
É no desespero da distância que o sonho faz nascer esta vontade, este desejo de habitar na luz que, distante, chega dos teus olhos.
É de ti que vivo; é de ti que tudo nasce; e é por ti que existo…



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