Death and LifeGustav Klimt
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Saudade - O que será... não sei...
procurei sabê-lo em dicionários antigos
e poeirentos e noutros livros onde não achei
o sentido desta doce palavra de perfis ambíguos.
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Dizem que azuis são as montanhas como ela,
que nela se obscurecem os amores longínquos,
e um bom e nobre amigo meu (e das estrelas)
a nomeia num tremor de cabelos e mãos.
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Hoje em Eça de Queiroz sem cuidar a descubro,
seu segredo se evade, sua doçura me obceca
como uma mariposa de estranho e fino corpo
sempre longe - tão longe! - de minhas redes tranquilas.
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Saudade... Oiça, vizinho, sabe o significado
desta palavra branca que se evade como um peixe?
Não... e me treme na boca seu tremor delicado...
Saudade...
sou também eu uma vítima da saudade.
Mas as minhas são as do futuro; as saudades de um tempo onde haverá sol na alma de um corpo que se fará único, construído sobre os alicerces de um abraço.
Saudades de alguém que será a Vida, a plenitude de todos os tempos e de todos os sonhos.
Alguém que será a Luz de todas as constelações.